quinta-feira, junho 24, 2010

Ministério Público quer que Roriz devolva R$ 13 mi por superfaturar compra de hospital

FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

O Ministério Público do Distrito Federal quer que o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) devolva R$ 13 milhões aos cofres públicos e fique inelegível até 2018 por suspeita de superfaturamento na compra de um hospital.

O núcleo de combate às organizações criminosas do Ministério Público acusa Roriz de superfaturar em R$ 3,3 milhões o valor do hospital, localizado na periferia de Brasília. Candidato ao governo em outubro, o Ministério Público quer também que Roriz perca qualquer cargo público que tiver à época da decisão da Justiça.

Segundo a denúncia, a compra foi feita sem licitação e não foram justificados o preço e a dispensa da concorrência.

Na ação, Roriz é acusado de improbidade administrativa e, como pena, o Ministério Público quer que devolva o dinheiro superfaturado e pague o dobro como multa, totalizando R$ 13,2 milhões em valores atualizados.

No documento, o núcleo de combate às organizações criminosas afirma que Roriz "dilapidou" o patrimônio público e causou "enormes prejuízos de forma dolosa", ou seja, de propósito.

"A conduta foi praticada de forma dolosa, que implicou na malversação de dinheiro público destinado à saúde, setor tão carente de recursos", diz a ação. "O ex-governador praticou ato de improbidade que causou prejuízo, pois a omissão na justificativa do preço ensejou a dilapidação do erário", afirmam os promotores.





Mesmo com ameaça de inelegibilidade, Roriz ganha o apoio de PSDB no DF
Da Redação, com BandNews FM
brasil@eband.com.br
Os diretórios estaduais do PSDB, além de outros sete partidos, declararam nesta quarta-feira que vão apoiar a candidatura do ex-governador Joaquim Roriz (PSC) ao governo do Distrito Federal, apesar da ameaça de inelegibilidade.
Os dois partidos vão ocupar as vagas ao Senado na chapa composta por Roriz. Devem ser candidatos pelo PSDB, Maria de Lourdes Abadia, e, pelo PP, Bispo Rodovalho.

É esse tipo de gente que apóia Serra. Esses serão os escolhidos para os ministérios de um governo Serra se por uma imensa desgraça ele for eleito

Artigo extraído do Blog da Dilma http://dilma13.blogspot.com

Veja a lista de alguns políticos "fichas sujas".

Anthony Garotinho (PR-RJ)
Pré-candidato ao governo do estado, foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral do por abuso de poder econômico nas eleições de 2008.

Arnaldo Vianna (PDT-RJ)
Teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas de União (TCU) referentes ao período em que esteve à frente da prefeitura municipal de Campos de Goytacazes (RJ). Em discurso no plenário ontem (23), o deputado reclamou que a lista está desatualizada e informou que estava pedindo ao TCU que retirasse seu nome da lista, na qual foi incluído, segundo ele, indevidamente.

Bispo Rodrigues (SP)
Saiu da vida política depois que renunciou ao mandato de deputado federal, em 2005, por suposto envolvimento no mensalão. Poderia ter disputado os pleitos de 2006 ou 2008, mas tem se dedicado apenas à Igreja Universal. Pelas regras do ficha limpa, fica inelegível até 2015.

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Ex-governador da Paraíba, foi cassado no início de 2009 por abuso de poder econômico e político sob a acusação de ter distribuído 35 mil cheques a cidadãos carentes durante a campanha de 2006. A cassação o tornou inelegível por três anos, a partir de 2006. Com a interpretação do TSE sobre o ficha limpa, o tucano ficaria inelegível até 2014. Ele pretende disputar uma vaga no Senado.

Cássio Taniguichi (DEM-PR)
Foi considerado culpado por crime de responsabilidade pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Charles Cozzolino (RJ)
Ex-prefeito do município de Magé (RJ), teve as constas públicas rejeitadas pelo Tribunal de Contas de União (TCU) quando estava à frente da prefeitura. Chegou a ser preso em investigações da polícia civil sobre lavagem de dinheiro.

Coriolano Sales (PSDB-BA)
Suspeito de envolvimento com o escândalo das Sanguessugas, que envolveu fraudes na compra de ambulâncias, Coriolano, que na época era do PFL, atual DEM, renunciou em 2006 ao mandato de deputado federal. Pode ficar inelegível até 2015.

Cristiano Araújo (PTB-DF)
Teve uma representação julgada pela Justiça eleitoral em processo de abuso do poder econômico. O parlamentar foi condenado há dois anos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) e tornou-se inelegível por três anos. Com a lei do ficha limpa, em tese, Cristiano Araújo perde o direito de concorrer até 2018.

Dagoberto Nogueira (PDT-MS)
Pré-candidato ao Senado, o líder do PDT na Câmara foi condenado por improbidade administrativa. A decisão foi mantida pela 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Leia ainda: Ameaçado pelo ficha limpa, Dagoberto busca recurso.

Expedito Júnior (PSDB-RO)
O ex-senador foi cassado ano passado por compra de votos, sob a acusação de ter conquistado eleitores pagando R$ 100. Ele pretende concorrer ao governo de Rondônia, mas sua inelegibilidade, que seria de três anos pela lei antiga, pode subir para oito anos. Se a decisão do TSE for seguida, ele só poderá ser candidato em 2014.

Eurides Brito (PMDB-DF)
Teve o mandato parlamentar cassado pelo plenário da Câmara Legislativa por quebra de decoro parlamentar. Por 16 votos sim, três votos contrários e três abstenções na urna, a parlamentar deixou de exercer o mandato acusada de participar do mensalão do DEM no Distrito Federal.

Flaviano Melo (PMDB-AC)
Teve a prestação de contas rejeitada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) referente ao período em que esteve à frente da prefeitura de Rio Branco (AC).

Geovani Borges (PMDB-AP)
Suplente do senador Gilvan Borges, seu irmão, teve as prestações de contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no período em que esteve à frente da prefeitura municipal de Santana (AP).

Geraldo Pudim (PMDB-RJ)
Em 2007, denúncias por compras de votos fizeram com que o Ministério Público abrisse processo contra Geraldo Pudim, Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho (o casal, ambos ex-governadores do Rio de Janeiro). Ambos foram tornados inelegíveis e Pudim teve seu mandato cassado, porém entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e por enquanto continua exercendo seu mandato na Câmara.

Jackson Lago (PDT-MA)
O ex-governador do Maranhão teve o mandato cassado em 2009 por abuso de poder econômico. Segundo a denúncia, o grupo político ao qual ele pertencia teria desviado R$ 806 milhões de convênios para a “compra de eleitores”.

Jader Barbalho (PMDB-PA)
Renunciou ao mandato de senador, em 2001, para escapar de processo por quebra de decoro. Seu mandato terminaria em fevereiro de 2003 e, a partir daí, ele ficaria, de acordo com o ficha limpa, inelegível por mais oito anos. Portanto, até fevereiro de 2015. Na época em que renunciou, Jader, que então exercia as funções de presidente do Senado, era alvo de um bombardeio de denúncias de envolvimento em supostas irregularidades na concessão de financiamentos pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). A interpretação do dispositivo da Lei da Ficha Limpa que torna inelegível quem renunciou tem duas correntes.Uma delas considera que Jader e outros que renunciaram nas mesmas condições dele não podem ser impedidos de se candidatar porque, na época da renúncia, a lei os amparava, ou seja, permitia que renunciassem para evitar que seus mandatos eventualmente fossem cassados pelo próprio Legislativo. Outra corrente considera, reforçada pela recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral, sustenta que inelegibilidade não é pena (a não ser no caso de condenação por compra de votos e abuso de poder, nas opiniões dos ministros Ricardo Lewandowski e Marcelo Ribeiro), mas critério. E que, nesse caso, a lei ficha limpa mudou o critério, a condição de inelegibilidade, atingindo, assim, aqueles que renunciaram antes da sua sanção.

Janete Capiberibe (PSB-AP)
Acabou tendo o mandato cassado em 2006, sob a acusação de compra de votos nas eleições de 2002. Seu marido, o ex-governador João Capiberibe, também teve o mandato, na condição de senador, cassado por decorrência da mesma decisão do TSE. A principal prova contra o casal foram os depoimentos de duas mulheres que disseram que haviam recebido a quantia de vinte e seis reais para votar no casal, além da apreensão de R$ 15.495,00 na casa de uma militante do PSB com os nomes de eleitores.

Joaquim Roriz (PSC-DF)
Governador do DF por quatro vezes, renunciou ao mandato de senador em 2007. Ele corria risco de ser cassado. À época, uma representação do PSol acusava Roriz de negociar uma partilha de R$ 2,2 milhões com o presidente do BRB. O dinheiro teria saído dos cofres públicos. Roriz poderá ficar inelegível até fevereiro de 2023, oito anos depois do prazo que seu mandato de senador terminaria. Ele pretende disputar o governo do DF.

João Capiberibe (PSB-AP)
Em 2004, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou seu mandato de senador sob acusação de compra de votos na eleição de 2002. Em sua defesa, Capiberibe acusou o senador José Sarney (PMDB-AP) de estar por trás da denúncia que acarretou sua punição.

Jorge Maluly (DEM-SP)
Ex-prefeito de Mirandópolis, o deputado é candidato à reeleição e foi condenado por improbidade administrativa por três desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O parlamentar foi denunciando por atos de improbidade administrativa praticados na eleição municipal realizada em 2.004, em representação dirigida ao Procurador Regional Eleitoral logo após a realização do pleito.

José Borba (PP-PR)
Atual prefeito de Jandaia do Sul, no Paraná, renunciou em 2005 ao mandato de deputado federal para evitar a cassação. Foi eleito prefeito em 2008, mas pode ficar impedido de disputar eleições até 2015.

José Roberto Arruda (DF)
Teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal por 4 votos a 3. Havia sido denunciado pelo Procurador Regional Eleitoral, Renato Brill de Góes, por desfiliação partidária após deixar o Democratas. A decisão teve como base a regra estipulada pelo Tribunal Superior Eleitoral, que determinou, em 2007, que o mandato eletivo pertence ao partido e não a quem foi eleito.

Joseph Bandeira (PT-BA)
Teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) referente ao período em que esteve à frente da prefeitura de Juazeiro (BA).

Júnior Brunelli (PSC-DF)
Ex-deputado distrital, foi um dos acusados no escândalo do Democratas em Brasília, que ficou conhecido como o caso Panetonegate. O parlamentar foi flagrado recebendo propina. Renunciou para evitar um processo que poderia levar à cassação de seu mandato na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Pelas regras do ficha limpa, Brunelli pode ficar inelegível até 2018.

Leonardo Prudente (DF)
O ex-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal renunciou ao mandato para fugir de um processo de cassação. Ficou conhecido como o deputado da meia, tendo sido flagrado recebendo propina. Guardou o dinheiro nas meias e bolsos do paletó.

Marcelo Miranda (PMDB-TO)
Em 2009, o ex-governador do Tocantins foi cassado por abuso de poder político. Miranda foi acusado de criar cargos públicos de maneira irregular e de doar 14 mil cheques-moradia durante a campanha de 2006. O caso é igual ao de Cunha Lima. Ele almeja concorrer ao Senado, mas, pela nova interpretação, ficaria inelegível até 2014.

Marcelino Fraga (PMDB-ES)
Citado no relatório da CPI dos Sanguessugas por suposto envolvimento no esquema de fraudes na compra de ambulâncias por prefeituras, o então deputado federal renunciou ao mandato para escapar de uma provável cassação. Pela nova regra, ficaria inelegível até 2015.

Melkisedek Donadon (PMDB-RR)
Irmão do deputado Natan Donadon, é ex-presidente da Assembleia Legislativa de Roraima e foi candidato ao Senado em 2006. Teve a prestação de contas rejeitada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Neudo Campos (PP-RR)
Teve a prestação de contas rejeitada pelo Tribunal de Contas de União. É candidato ao governo de Roraima. Nas pesquisas, o parlamentar aparece com a preferência do eleitorado para a disputa nas urnas. O deputado é o congressista com maior número de processos no STF, com 21 investigações em andamento.

Orleir Cameli (AC)
Ex-governador do Acre, teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) quando era prefeito municipal de Cruzeiro do Sul (AC).

Paulo Rocha (PT-PA)
O deputado federal foi citado no mensalão e renunciou em 2005 para escapar da cassação. No ano seguinte, foi eleito deputado, função que exerce até hoje. Quer se candidatar ao Senado, mas pode ficar inelegível até 2015.

Paulo Maluf (PP-SP)
O deputado foi condenado em abril de 2010 pela Justiça de São Paulo por improbidade administrativa. A Justiça acatou os argumentos do Ministério Público Estadual, que acusou Maluf de superfaturar uma compra de frangos para a prefeitura paulistana, em 1996, quando era prefeito. Pela interpretação da lei, Maluf, que busca disputar a reeleição, ficaria inelegível.

Paulo Octávio (DF)
Devido às denúncias apontadas pela Operação Caixa de Pandora, o então vice-governador renunciou ao cargo para também fugir da perda dos direitos políticos. Pelas regras do ficha limpa, Paulo Octávio poderá ficar inelegível até 2018.

Pinheiro Landim (PMDB-CE)
Então deputado federal pelo PMDB cearense, Landim renunciou ao mandato em 2003 para escapar de uma possível cassação por suposto envolvimento com um esquema de tráfico de influência junto ao Poder Judiciário para beneficiar traficantes. Pode ficar impedido de disputar eleições até 2015.

Rosinha Garotinho (PR-RJ)
A plenária do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) cassou, por quatro votos a três, a prefeita de Campos, Rosinha Garotinho (PR), e a tornou inelegíveis por três anos, a contar de 2008.

Ronaldo Lessa (PDT-AL)
Forte concorrente do senador Fernando Collor (PTB-AL) ao governo de Alagoas, foi condenado pela Justiça Eleitoral porque, na campanha de 2004, quando era governador, fez uma série de promessas a funcionários públicos em troca da eleição de seu candidato a prefeito.

Ronivon Santiago (PP-AC)
Foi cassado pela Justiça eleitoral por prática ilícita de captação de votos, conforme previsto pelo artigo 41-A da Lei 9504/97. A decisão judicial determinando a cassação do mandato do deputado federal teve origem no Tribunal Regional Eleitoral do Acre e posteriormente foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Severino Cavalcanti (PP-PE)
Renunciou ao mandato de deputado em setembro de 2005 para evitar a cassação, depois que foi acusado de pagar propina para o dono de um restaurante da Casa, esquema que ficou conhecido como mensalinho. Em 2006, não foi eleito deputado e, em 2008, se elegeu prefeito de João Alfredo (PE). Pelo entendimento do TSE, estaria inelegível até 2015.

Valdemar Costa Neto (PR-SP)
Citado no escândalo do mensalão, renunciou ao mandato de deputado federal em 2005 para evitar a cassação. Foi eleito no ano seguinte e tem mandato na Câmara até o início de 2011. Pela interpretação dada ao Ficha Limpa, pode ficar inelegível até 2015. Ele quer tentar a reeleição.

Zé Gerardo (PMDB-CE)
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o parlamentar com uma pena de dois anos e dois meses de detenção, que foi substituída pelo pagamento de 50 salários mínimos e prestação de serviços comunitários durante o período em que ficaria preso. Ele foi condenado pelo crime de responsabilidade, por não respeitar um convênio firmado com o Ministério do Meio Ambiente em 1997, quando era prefeito de Caucaia (CE). Zé Gerardo recebeu R$ 500 mil do órgão federal para a construção de um açude na cidade, mas utilizou os recursos em 16 passagens molhadas, uma espécie de ponte que, na época de cheia do rio, fica submersa pela água.

Wigberto Tartuce (PMDB-DF)
Teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) referente ao período em que esteve à frente da Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda do Distrito Federal.

Zilnê da Silva Maia (RN)
Irmã do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) quando estava à frente da Coordenação Regional da Fundação Nacional de Saúde no Estado do Rio Grande do Norte (Funasa). Leia ainda: Interlegis empregou parentes de Agaciel em censo.

Dilma 40%, Serra 35%. Bye bye Zé Alagão

Artigo publicado no WWW.vermelho.org.br

Ibope finalmente admite a virada: Dilma, 40% x Serra, 35%

Com um mês de atraso, o Ibope confirmou o que institutos independentes de pesquisa — como a Sensus e o Vox Populi — já anunciavam em maio: Dilma Rousseff (PT) ultrapassou o tucano José Serra e lidera a corrida à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo levantamento do Ibope divulgado nesta quarta-feira (23) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a candidata petista chegou a 40% das intenções de voto, contra 35% de Serra e 9% de Marina Silva, do PV.
O resultado da pesquisa teve um sabor ainda mais amargo para o presidenciável tucano. Ao longo de junho, Serra apostou na propaganda ilegal e foi amplamente exposto nos programas eleitorais que PSDB, PTB e PPS veicularam na TV. A tática da oposição — resumida por um cacique na velha expressão “o crime vale a pena” — revelou-se inútil.

O Ibope mostra que a ascensão de Dilma é diretamente proporcional ao declínio de Serra. Na última pesquisa do instituto, feita a pedido do jornal O Estado de S.Paulo e da TV Globo e divulgado último dia 5, Serra e Dilma estavam empatados, com 37%, enquanto Marina aparecia com 9%. Já num levantamento anterior do Ibope, divulgado pela CNI em 17 de março, Serra ainda liderava as intenções de voto, com 38% dos entrevistados, contra 33 % de Dilma e 8% de Marina.

Segundo turno

Dilma também venceria um eventual segundo turno contra Serra. A pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira aponta a candidata de Lula com 45% das intenções de voto — Serra tem 38%. Na pesquisa anterior, feita em março deste ano, Dilma era apontada por 39% contra 44% de Serra.

Se Dilma disputasse o segundo turno com Marina Silva, ganharia com 53% (ela tinha 48% em março) contra 19% da candidata verde (17% em março). Já no caso de um segundo turno entre Serra e Marina, o tucano seria eleito com 49%. Em março, ele era apontado por 55% dos eleitores que responderam a esta hipótese. Marina Silva receberia 22% nesta situação, contra 17% aferido em março.

Espontânea

Dilma ainda aparece em primeiro lugar na pesquisa espontânea das intenções de voto feita pela CNI/Ibope com 22% da preferência do eleitorado. Na última pesquisa, em março, ela tinha 14%. Na espontânea, os entrevistados falam em quem pretendem votar para presidente sem que o entrevistador apresente antes o nome dos candidatos.

Nesse cenário, Lula — que não pode concorrer a um terceiro mandato — vem em segundo lugar, apontado por 20% do eleitorado. Em março, 9% apontaram Lula como sendo o candidato deles à Presidência este ano. Serra também cresceu, chegando a 16% contra 10% na pesquisa anterior. Já Marina passou de 1% para 3%. A pesquisa foi feita entre os dias 19 e 21 deste mês, com 2,2 mil entrevistados de 140 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

“Péssima notícia”

Antes que tucanos e demos venham minimizar o conjunto dos resultados, Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo, já classificou a nova pesquisa do Ibope como “uma das piores notícias que o candidato tucano poderia ter nesta fase da campanha”. O jornalista lembrou que, “em maio, Dilma teve forte exposição nos programas partidários do PT. E a candidata subiu. Serra repetiu a receita, mas não deu certo”.

Mais lamentável ainda é a situação do próprio presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, e da revista Veja. Em agosto, a publicação maior da Editora Abril deu imensa visibilidade a uma entrevista na qual Montenegro previu a inevitável vitória de Serra.

“Dilma, em qualquer situação, teria 1% dos votos. Com o apoio de Lula, seu índice sobe para esse patamar já demonstrado pelas pesquisas, entre 15% e 20%. Esse talvez seja o teto dela”, declarou Montenegro, do alto de sua arrogância. A Veja não pensou duas vezes e escolheu uma manchete mirabolante: “Lula não fará seu sucessor”. Enfim, o presidente do Ibope foi “traído”... pelo próprio Ibope.

Da Redação, com agências

ELEIÇÕES 2010 - Educação, política e leitura de jornais

Transcrição do artigo "Educação,política e leitura de jornais" no www.observatóriodaimprensa.com.br


ELEIÇÕES 2010
Educação, política e leitura de jornais

Por Gabriel Perissé em 22/6/2010

O blogue do atual secretário da Educação do Estado de São Paulo, Paulo Renato Souza, pouco se refere aos temas educacionais. Educação não parece ser mais importante do que as questões políticas, cujo pano de fundo é a campanha presidencial de José Serra.

Nas cinco postagens de junho, Paulo Renato acusou Lula de não ter compromisso com a verdade (14/06), "comemorou" o que ele considera uma derrota diplomática do governo Lula no caso do Irã (10/06), reproduziu texto de FHC publicado no Estadão sobre a política externa brasileira, no mesmo dia, parte de um artigo do economista Luiz Alfredo Raposo favorável ao governo Fernando Henrique (07/06) e manifestou seu otimismo ao ver o apoio que o presidente Alvaro Uribe recebe na Colômbia (02/06).

As nove postagens do mês de maio se voltam para a defesa do presidenciável Serra, para o ataque a Lula e ao PT, para questões de política externa. Das cinco postagens de abril, duas se referem à Educação em São Paulo, desqualificando a greve dos professores e defendendo o que chama de política de valorização docente que, na prática, atribui aos professores a total responsabilidade pelos problemas que a Educação paulista acumulou em quase duas décadas de gestão PSDB. As outras três postagens de abril enaltecem José Serra e FHC.

Secretaria teve que convocar professores "reprovados"

Em março, as oito postagens se dividem entre propagandear os feitos de José Serra (31/03), atacar Lula (24/03), reforçar sua postura contrária a negociar com os professores grevistas (17/03), reproduzir artigo de José Serra publicado no Estadão (15/03), comentar a "degradação moral da política externa de Lula" (11/03), reproduzir artigo de FHC publicado no Estadão (08/03), reproduzir parte de seu artigo publicado na Folha defendendo supostas melhorias educacionais em São Paulo (04/03) e elogiar Tancredo Neves, associando-o a José Serra (03/03).

Nos meses de janeiro e fevereiro, do total de 10 postagens, somente uma, em 28 de janeiro, remete à Educação, e o faz para justificar o injustificável: depois de submeter os professores temporários a uma avaliação humilhante, a Secretaria tem de desautorizar-se e convocar professores "reprovados". O problema, na verdade, está no número absurdo de temporários e em não se dar à prática do magistério as condições necessárias para que se torne uma profissão prestigiosa e atraente.

O que terá o convênio a ver com ano de eleições?

Vê-se, portanto, que o secretário de Educação está empenhado é em política partidária. A Educação o preocupa na medida em que estejam em jogo sua imagem e a imagem do PSDB paulista.

Seria de se esperar, no entanto, que Paulo Renato anunciasse e detalhasse melhor, por exemplo, o convênio que a Secretaria de Educação celebrou recentemente, assinando 14 jornais da Associação Paulista de Jornais (APJ) a serem distribuídos nas salas de aula da rede estadual de ensino ao longo do próximo semestre.

Ora, por que investir mais de 700 mil reais por ano nessa iniciativa? No site da APJ mencionam-se os 14 jornais, de cidades importantes do interior de São Paulo, campos de disputa política. Um desses jornais, O Diário de Mogi, foi homenageado em dezembro de 2007 por seus 50 anos de atividade. A ideia partiu do então deputado Marco Bertaiolli, hoje prefeito de Mogi das Cruzes, e do deputado Estevão Galvão, ambos do DEM, principal aliado do PSDB.

A história se repetiu quando outro dos jornais contemplados pelo convênio, O imparcial, recebeu em junho de 2009 uma nada imparcial homenagem pública por seus 70 anos de existência. A homenagem foi organizada pelo deputado estadual Mauro Bragato, pelos vereadores de Presidente Prudente Izaque Silva e Natanael Gonzaga, pelo prefeito de Narandiba (SP), Ênio Magro, e pelo secretário estadual de Transportes Mauro Arce, não por acaso, todos do PSDB.

O Jornal de Limeira – que também se define como imparcial – não poupa Lula e Dilma em artigos opinativos e – o que talvez seja ainda mais contundente (e didático!) - nas charges de Flávio Dealmeida:

Terá sido a generosa assinatura desses jornais a melhor decisão, do ponto de vista pedagógico? Os professores foram consultados a respeito? Não se esconde aí nenhum tipo de politização indevida? O que terá esse convênio a ver com ano de eleições?