terça-feira, julho 06, 2010

Roriz e o dinheiro da bezerra

Roriz e o dinheiro da bezerra
Senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) em discurso na tribuna do Senado. Fotógrafo: Roosewelt Pinheiro - Agência Senado

Roriz usou dinheiro para subornar juízes do TRE, diz Veja

Parte dos R$ 2,2 milhões dados pelo empresário Nenê Constantino, o dono da Gol, ao senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) teria sido usado para subornar juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal. Segundo reportagem, assinada pelo repórter Diego Escosteguy e publicada pela revista Veja que chegou às bancas neste sábado (30/6), “se parte do dinheiro foi mesmo usada para pagar uma bezerra, outra parte teve destino explosivo – serviu para subornar juízes do Tribunal Regional Eleitoral que livraram Roriz de cassação em 2006”.

Joaquim Roriz é acusado de ter recebido e partilhado de forma irregular R$ 2,2 milhões. Em discurso na tribuna do Senado, na quinta-feira, o senador explicou que o dinheiro teria lhe sido repassado pelo empresário Nenê Constantino, dono da empresa aérea Gol, como um empréstimo. Do total, R$ 300 mil teriam sido usados na compra de uma bezerra e o restante devolvido ao empresário.

Segundo a reportagem de Veja, os R$ 300 mil podem ter sido usados efetivamente na compra da bezerra, mas do que sobrou do “empréstimo”, R$ 1,2 milhão foram usados para subornar dois juízes do TRE-DF que em outubro do ano passado julgou pedido do Ministério Público para cassação do registro da candidatura ao senado de Roriz por uso da máquina pública do Distrito Federal em sua campanha. Na época, Roriz havia deixado o cargo de governador do DF para disputar a eleição para o senado.

Segundo a reportagem, o julgamento do caso foi suspenso por um pedido de vista, com o placar de 3 a 2 contra o senador. Ao ser retomada a votação, a votação foi empatada pelo voto-vista e um outro juiz mudou suadecisão em favor de Roriz. O placar passou então para 4 a 3 a favor do então candidato.

Extraído de http://blogdovalmutran.blogspot.com

Roriz:O Senador que renunciou pra não ser cassado garante palanque pra Serra no Distrito Federal


Sob ameaças e suspeitas, Roriz garante palanque a Serra no Distrito Federal
Alvo de duas ações do Ministério Público por improbidade administrativa; ameaçado pela lei da Ficha Limpa porque renunciou ao mandato de senador para escapar à cassação; e suspeito de ser o fundador do que se transformou no mensalão do DEM, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) garantiu ontem ao PSDB que seu palanque estará a serviço de José Serra no Distrito Federal. Pelo acordo, os tucanos apoiarão Roriz e Roriz apoiará Serra em troca de uma das duas vagas que estarão em disputa para o Senado. A outra vaga é do DEM.

“Esse acordo é do interesse da candidatura do Serra. Esse foi o ponto de definição para se chegar ao acordo. Houve um pedido da Executiva Nacional, que quer um palanque forte para o Serra aqui no Distrito Federal”, afirmou o presidente distrital do PSDB, Márcio Machado – ex-secretário do Governo Arruda e um dos acusados de arrecadar propina para abastecer o mensalão do DEM.

A chapa liderada por Roriz terá Jofran Frejat (PR) como candidato a vice. Maria de Lourdes Abadia (PSDB) e Alberto Fraga (DEM) concorrerão ao Senado. A aliança reúne dez partidos e seu principal desafio parece ser o de chegar às eleições.

O procurador regional eleitoral do Distrito Federal, Renato Brill de Góes, pretende impedir a candidatura de Roriz com base na lei da Ficha Limpa. A lei proíbe a candidatura, por oito anos, de quem renunciou ao mandato para evitar a cassação – o que Roriz fez em 2007, menos de um ano depois de ser eleito.

Antecessor e padrinho político de José Roberto Arruda – o governador cassado neste ano e apontado em inquérito como chefe do mensalão do DEM -, Joaquim Roriz responde duas ações de improbidade administrativa. Numa delas, o Ministério Público do Distrito Federal quer que ele devolva R$ 13 milhões aos cofres públicos e fique inelegível até 2018, por superfaturamento na compra de um hospital.

Neste ano Roriz foi condenado, em primeira instância, porque depois de encerrado seu mandato usou um helicóptero do governo do Distrito Federal.
Brasília Confidencial