sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Joaquim Roriz:Um político "profissional" envolvido em escândalos

As eleições estão chegando e eis que surge mais uma vez o nome de Joaquim Domingos Roriz, hoje no PSC, para candidato a Governador do Distrito Federal. Um político “profissional” que tem seu nome envolvido em vários escândalos de corrupção e que dizem “rouba, mas faz”.

Nascido em Luziânia/GO (1936), cidade do entorno do Distrito Federal, foi Vereador, Deputado Estadual, Deputado Federal, Prefeito interventor (Goiânia), governador (Distrito Federal) por quatro mandatos (o primeiro mandato como Governador “Biônico” de 1988 a 1990, nomeado por José Sarney então Presidente da República a época), ministro da Agricultura e Reforma Agrária (14 dias) no governo Collor e Senador, cargo ao qual renunciou em quatro de julho de 2007, após sofrer acusações de corrupção.

Em seu primeiro mandato como Governador “biônico” do Distrito Federal, Roriz lançou as bases do que seria a sua estratégia política para se manter a frente do Governo por mais três mandatos: a distribuição gratuita de lotes com a conseqüente criação de várias cidades satélites. Ao término de seu mandato “Biônico” (março/1990), se candidatou a Governador e ganhou a primeira eleição pelo voto direto do DF assumindo o Governo em 15/03/1991. Reeleito depois em pleitos intervalados para mais dois mandatos, continuou incentivando a distribuição de lotes e agora com um novo programa: a doação de pão, leite e cesta básica, o que lhe rende até hoje uma popularidade e intenção de voto que o coloca na disputa eleitoral atual (2010).

Joaquim Roriz é, pois, um político “profissional” dono de um discurso inconfundível de cunho emocional/paternalista. Político “à moda antiga”, ele é avesso a administrar a “coisa pública” seguindo os preceitos da lei e da responsabilidade. Preferindo administrar a “coisa pública” como se estivesse administrando uma de suas várias fazendas que possui pelo Brasil e pelo Mundo.

A “Operação Aquarela”, junho de 2007, realizada pela Polícia Civil, a Receita Federal e o Ministério Público Federal do Distrito Federal e Territórios mostra Roriz diretamente envolvido com uma suposta quadrilha que desviava verbas públicas. Esta Operação terminou por levar para cadeia o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), Tarcísio Franklin de Moura (presidente do Banco durante os oito anos de Governo Roriz).

Leiam o diálogo, tratando sobre a partilha de dinheiro sujo, que se segue e me digam se o mesmo é ou não digno dos maiores “CAPOS” da máfia italiana:

Roriz – Alô.
Tarcísio – Oi, chefe.

Roriz – Recebeu aí?
Tarcísio – Recebi e já estou resolvendo. Lá pelas
4 horas vai ser entregue para o Major o valor total.

Roriz – Sei, sei.
Tarcísio – Lá na MSPW (refere-se à sigla SMPW, que designa a região da residência de Roriz em Brasília).

Roriz – Não, mas o, o...
Mas pode ser separado.
Tarcísio – Não, mas o melhor era tirar de uma vez só, porque não tem jeito de o cheque ficar no caixa.
Roriz – Ah, sei. Não tem, não?
Tarcísio – Não. Não tem como tirar o dinheiro e pôr o cheque na compensação, e pronto.
Roriz – Não pode tirar?
Tiraram tudo?
Tarcísio – Tudo. (...)
Roriz – Então tá... Mas aí não dá pra entregar assim porque... Mas... Se você... Na hora que tiver com
você, você avisa para mim.
Tarcísio – Não, não vai estar na minha mão, não. O dinheiro vai da tesouraria, vai direto. Vai num carro.
Roriz – Ah, não. Aí não quero, não.
Tarcísio – Não?
Roriz – Não.
Tarcísio – Uai, então...
Roriz – Desse jeito, não.
Tarcísio – E como eu vou transportar esse dinheirão todo?
Roriz – O que que eu faço?
Tarcísio – (Pigarreia)
Roriz – Mas não quero, não.
Tarcísio – Não? Então eu vou voltar lá. Roriz – Hein?
Tarcísio – Então eu vou ter que... Porque não tem jeito, não tem como... Onde é que vai pôr esse dinheiro?
Roriz – Não tem um cofre, tesouraria?
Tarcísio – Saiu da tesouraria tem que entregar para
alguém.
Roriz – Não tem um cofre, não?
Tarcísio – Mas pra isso tudo não tem, não. (Risos)

Roriz – Então vamos
esperar, ver o que faz.
Tarcísio – Tá.
Roriz – Eu não sei, eu não sei como é que faz... Assim eu não gostaria, não.
Tarcísio – Não?
Roriz – O dinheiro é de muita gente.
Tarcísio – Ahã. Pois é. O problema é que tinha que centralizar num lugar e fazer (refere-se a fazer a partilha). Porque depósito mesmo é só um, de 200 e poucos mil (refere-se ao fato de que apenas uma pessoa receberia o dinheiro na forma de depósito). E como é que entrega os outros? Não tem jeito. Tinha que entregar num lugar, pra naquele lugar dividir. Eu imaginei que podia levar para lá.
Roriz – Não, não convém, não.
Tarcísio – Então vamos ver outro lugar.
Roriz – Vou pensar e te falo daqui a pouco.

Nesta conversa, Tarcísio Franklin de Moura, presidente do BRB, liga para o senador Joaquim Roriz para sugerir que a entrega do dinheiro fosse no escritório do empresário Nenê Constantino, em Brasília. Roriz dá a entender que pensou no mesmo lugar. Os dois se divertem com a coincidência.

Tarcísio – Oi, senador.
Roriz – Oi.


Tarcísio – Posso sugerir um negócio?
Roriz – Pode.

Tarcísio – Por que a gente não leva lá para o escritório do Nenê (refere-se a Nenê Constantino, dono da Gol)?
Roriz – Era pra isso mesmo.

Tarcísio – E de lá sai cada um com o seu.
Roriz – Era para ser isso mesmo, mesmo porque lá não tem dúvida nenhuma. É pra isso mesmo.

Tarcísio – Exatamente.
Roriz – Eu já tô pegando o endereço dele já.

Tarcísio – Então tá ótimo. Nós pensamos a mesma coisa.
Roriz – (Risos)

Tarcísio – Então tá bom.

Triste realidade!Apesar dos vários escândalos que envolvem seu nome, Roriz pode vir a ganhar a eleição que se aproxima. Que a oposição não se engane!Trabalhe firme no sentido de abrir os olhos dos eleitores para todas as falcatruas de Roriz e Cia.Roriz nunca mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário